Com ajuda da tecnologia, planejamento genético transforma fazendas da bacia leiteira paranaense

May 16

Produtores de uma das mais importantes regiões produtivas do país relatam o impacto com o uso do GMS; redução do descarte de animais e aumento da longevidade do rebanho são algumas das conquistas

Produtores de leite do Paraná, com estruturas físicas diferentes e metas produtivas distintas, estão obtendo resultados impressionantes através do planejamento genético. Aperfeiçoar a genética de um rebanho é uma eficiente estratégia para o aumento da lucratividade. Essa meta é cumprida por meio da seleção das características mais adequadas para o resultado esperado, seja em termos de produção, saúde ou conformação. Pensando em auxiliar o produtor nesse quesito, a ABS disponibiliza o GMS (Genetic Management System).

Com o sistema de direcionamento de acasalamentos da ABS, produtores, tanto de grande quanto de pequeno porte, estão conhecendo as vantagens de uma estratégia genética consolidada e planejada com foco em resultados práticos.

Ouro Branco. A Fazenda Ouro Branco, em Sengés (PR), é administrada pelo proprietário João Lourival Baptista. Atualmente, a Ouro Branco conta com um total de 90 animais, 37 em lactação, sendo quase todos da raça Holandês.

“O GMS entrou na propriedade há nove anos, quando decidimos melhorar a genética dos animais. Quando fomos adquirir as doses de sêmen, buscamos no mercado uma empresa que nos desse suporte e que atendesse em conformidade com os nossos objetivos”, contou João Lourival. A partir disso, a propriedade escolheu a ABS. “Após contato com a ABS, conhecemos o Welliam Sleutjes, Coordenador Técnico GMS, que é nosso avaliador desde o início e tem feito um belíssimo trabalho”, conta.

“O acasalamento foi fundamental, porque os animais eram desproporcionais. Alguns tinham leite, mas eram ruins de úbere, já outros eram bons de úbere, mas não tinham produção. Por isso, o acasalamento foi essencial para termos animais mais equilibrados. Hoje, isso é evidente, quando você vê um animal fruto do acasalamento, com conformação leiteira e com raça definida”, explicou o proprietário.

Ainda conforme João Lourival, o GMS trouxe para a propriedade uma genética de qualidade, capaz de reduzir o descarte dos animais e aumentar a longevidade. Em breve, a propriedade pretende começar a utilizar o ABS Monitor, para auxiliar na organização e controle do rebanho.

Atualmente, a Ouro Branco produz em média 1,05 mil litros por dia, mas a expectativa para esse ano é chegar em 1,3 mil e, posteriormente, 1,5 mil, com o menor número de animais possível.

Sítio Ramos. Já no Sítio Ramos, em Santana do Itararé (PR), o GMS é utilizado há mais de 13 anos. Hoje, a fazenda produz 4 mil litros de leite por dia e conta com um rebanho de 250 animais.

Os acasalamentos têm sido de grande importância nesses anos todos na propriedade, ajudando nas escolhas de touros e tomadas de decisão. Há 13 anos, o sistema de produção era em piquetes rotacionados e o gado era Jersolando. Quando a propriedade construiu o Free Stall, foi necessário mudar o plano genético e, hoje, a equipe trabalha apenas com a raça Holandesa e com uma intensidade maior de seleção. No Sítio Ramos, atualmente, utilizam apenas a genética sexada Sexcel e o Beef InFocus, conforme a orientação do GMS e seguindo à risca essas recomendações. A estratégia de combinar a genética sexada e a tecnologia beef on dairy da ABS, chamada de Plano Genético Vencedor, foi a indicada pelo programa para trazer mais resultados para o produtor.

Segundo o gerente Luciano Ramos, a característica mais marcante que passou a ser observada no rebanho é a produção de leite. “A principal vantagem é a possibilidade de escolher o touro apropriado para cada animal. Quanto às metas para o futuro, o plano é construir uma nova estrutura com capacidade para mais de 100 animais”, contou.

Cerca Velha e Santa Fé. Marco Antônio Basso é proprietário e administrador de duas fazendas na cidade de Castro (PR). Desde 2008, a Fazenda Cerca Velha e a Chácara Santa Fé utilizam o GMS e, atualmente, o planejamento também envolve aumentar a produção.

“Os acasalamentos ajudaram na melhoria da genética e morfologia do gado. Com isso, percebemos uma maior produção, melhora da fertilidade e longevidade dos animais. A principal vantagem para o rebanho é a padronização das fêmeas com uma melhor característica leiteira”, explicou Marco Antônio. Além do GMS, as propriedades utilizam o ABS Monitor e deram início ao processo de genoma. Atualmente, são cerca de 750 animais e a produção totaliza 8,5 mil litros de leite.

Primavera. Na Chácara Primavera, localizada também em Castro (PR), o GMS é utilizado há 15 anos. São 290 vacas em lactação no momento, em um rebanho de 630 animais. Por dia, são produzidos cerca de 10,5 mil litros de leite.

“Com o GMS, temos certeza de que estamos utilizando o melhor touro em uma determinada vaca, ajudando a alcançar as metas de melhoramento genético da fazenda”, explicou o gerente, Carlos Zegwaard. O gestor também explica que o rebanho já é mais uniforme.

“Nos animais de lactações mais avançadas ainda temos ‘de tudo um pouco’, mas nos animais mais jovens fica claro que um padrão genético vem se formando”, concluiu. Carlos ainda completa que houve um claro ganho genético com um custo relativamente baixo, se comparado, por exemplo, à genotipagem dos animais. “O programa nos serviu muito bem nesses anos, apesar de agora estarmos pensando em dar um próximo passo, que seria a genotipagem dos nossos animais. Esperamos, que no fim de 2023, estejamos ordenhando 420 animais, e que a produção por animal possa seguir melhorando à medida que investimos em melhoramento genético”, planeja Carlos. Hoje, a fazenda também utiliza o ABS Monitor.

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