Especial Mês das Mulheres: Ana Doralina Alves Menezes, da Estância Taimbé

Mar 29

O contato com o campo e o universo da agropecuária desde a primeira infância foram fatores determinantes na vida de Ana Doralina Alves Menezes. Ela foi criada na estância da família, no município de Santana do Livramento (RS). O pai, Zootecnista graduado na primeira turma do curso em território brasileiro, desfrutava da companhia da filha em grande parte de suas atividades no setor. “Desde pequena eu já ia às exposições, aos julgamentos e leilões. Sempre tive certeza de que queria viver assim, fazendo algo relacionado ao agro, por isso escolhi a Medicina Veterinária como profissão”, comenta.

Ana é a quinta geração da família atuando na pecuária. Seu ramo principal é a recria de bovinos e a criação de ovinos. Ela compartilha a paixão pelo setor com o esposo, Raul Abreu, Gerente Comercial da ABS no Rio Grande do Sul. “A propriedade é arrendada e temos uma parceria pecuária que surgiu por termos uma ligação pessoal forte com o campo e atuarmos junto ao agro como profissionais. Por isso o desejo de ter uma propriedade, produzir e ensinar aos nossos filhos a importância do campo e o amor pelas coisas do campo”, reflete.

Desde 2003, Ana Doralina integra a Associação Brasileira de Angus, onde está à frente do Programa Carne Angus Certificada. “Comecei como Inspetora de Desossa e vi o programa e a raça Angus crescerem, enfrentando e superando diversos obstáculos. Passei por várias responsabilidades dentro da Angus e, em 2019, assumi a Gerência Nacional do Programa Carne Angus Certificada”, relembra.

Aos olhos da produtora, a conquista representa um ponto alto em sua trajetória no setor do agronegócio. “É algo que realmente me enche de orgulho pela minha caminhada, pelo reconhecimento ao meu trabalho e pela responsabilidade de gerenciar o maior programa de certificação de raça em atividade no país”, destaca.

Segundo ela, os desafios relacionados à presença da mulher no agro estão ligados tanto à subjetividade de cada produtora quanto à necessidade de visão de mercado. “O primeiro desafio é com ela mesma, assumindo seu papel, reconhecendo a sua capacidade, sua importância e percebendo que não existem restrições para a atuação feminina. O segundo é interagir com as diferentes percepções e realidades, estando aberta e preparada para enfrentar as dificuldades e buscar conhecimento e capacitação para evoluir e contribuir”, afirma.

Participar da cadeia do agro, para Ana Doralina, é uma realização pessoal e motivo de muito orgulho. Ela destaca a relevância do setor para o país e para o mundo no contexto atual. “A produção de alimento, essencial para a saúde da população, é tão importante neste momento, em especial. Temos conseguido ultrapassar diversos desafios como cadeia produtiva, gerando renda, valorização e empregos”.

Com uma visão clara da contribuição feminina para o setor, Ana relaciona a figura da mulher às tendências contemporâneas e ao futuro da agropecuária. “A mulher traz consigo uma visão diferente para o agro. Sua sensibilidade, a capacidade de articulação, o conhecimento, a comunicação… Estamos sempre muito dedicadas e focadas no que fazemos, o que vem muito ao encontro da pecuária moderna, ágil e integrada”, conclui.